sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Procrastinação à brasileira

Lá pela época do ensino médio (eu fui uma das primeiras turmas a cursar isso, que antes era chamado de segundo grau e mais antigamente de ginásio) ouvia a ladainha que o problema do Brasil foi sua colonização.

Depois não só a colonização quanto a escravidão, a influência dos EEUU,  a ditadura militar.

A culpa da violência é da pobreza. E quando vemos que Índia, China ou Turquia, tão ou mais pobres que o Brasil, não tem tanta violência que tem no Brasil a culpa sobra para diversidade cultural, no excesso de fronteiras, etc. Ou então a culpa é que aqui não tem guerra, ou que aqui só tem 500 anos e os outros países demoraram milênios para serem forjados.

De fato, se existe uma visão negativa do Brasil no exterior, é pelo brasileiro colocar sempre a culpa do seu fracasso no outro. E essa visão negativa é o maior reflexo da realidade.

O que se faz na universidade brasileira? Se aprende tudo que eu aprendi no ensino médio. A culpa é da colonização, da escravidão, dos EEUU, do neo-liberalismo. Mas nem tudo é velho na universidade brasileira, também produzem coisas novas como a culpa da violência é o combate às drogas!

A universidade brasileira deveria produzir soluções, mas ela só produz culpados. Como um país tão recalcado pode se desenvolver? Só resta mesmo a procrastinação.

Um comentário:

  1. Por falar em decepção com o colegial (e não ginásio, que costumava ser as séries de 5ª a 8ª do ensino fundamental), há poucos meses emprestei a um amigo da família o livro do Tuma Jr. e acabei recebendo emprestado em troca (mais por educação...) uma biografia do Carlos Lacerda. Era só o primeiro volume, que já li, mas acabei comprando os dois usados. Minha primeira reação ao terminar de lê-lo foi que aprendi mais sobre história recente do Brasil com ele do que no colegial inteiro...seguida de tristeza funesta pelo estado da educação formal brasileira e piedade pelas jovens almas condenadas a gastar a flor da juventude nele.

    O livro é leitura simplesmente essencial; comprei os dois volumes da tradução brasileira usados por aqui, mas o original americano está na Amazon.

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