quarta-feira, 15 de maio de 2013

A essência da pobreza

A quase 1 ano devo uma resposta. Uma pessoa por quem tenho enorme respeito se dizia chocada com a pobreza que existia no mundo.

Não há o que se chocar com a pobreza. Pobreza é nosso estado natural. Nascemos na absoluta pobreza: Sem dentes, sem sistema imunológico, sem capacidade de se movimentar, com uma capacidade limitadíssima de se comunicar.

A sorte de um recém nascido é ter o amor de uma mãe ou de alguém que o crie. É importante esta observação: Não é apenas o amor de ter gerado aquilo dentro de si, mas o próprio amor a vida. O amor, ou a vontade de viver, que faz com que pessoas peguem uma criança para criar.

A maior riqueza da vida é este amor a vida. Depois o conhecimento de como cuidar da criança e terceiro de fato os bens materiais para a sustentar.

Combater a pobreza pelo terceiro tipo é como combater o fogo pela labareda, não por seu foco.

O amor a vida é algo instintivo. Mas animais selvagens criados em cativeiro também perdem seus instintos. Toda vez que se fala em direitos reprodutivos, direito das mulheres sobre o seu próprio corpo, não passa de uma forma de mitigar um instinto da população. Uma vez eu li o livro de uma feminista, que viajou para Índia e constatou como as mulheres que foram esterilizadas pelos projetos feministas do país ficavam deprimidas. "Do que adianta ser uma árvore, se não se pode dar frutos?" Ela ficou chocada com aquilo, mas a verdade é que a indiana não teve seu instinto mitigado com a propaganda feminista, que essencialmente remove o próprio amor a vida. Os ocidentais que chegaram lá para castrar as índias não sabiam nem mais que isso existia. São os leões de jaula que comem carne moída dando aula na savana.

É claro que um instinto pode ser recuperado facilmente. A maternidade e a paternidade ainda provocam grandes milagres no sentido de resgatar o instinto de amor a vida.

A segunda parte sobre o conhecimento para se criar uma criança é extremamente extensa e não estou preparado para isso. Vamos resumir a dois pontos: Saúde e educação. Ainda que pareça que saúde e educação sejam itens comerciais e a falta disso seja uma pobreza do terceiro tipo, exemplos do terceiro tipo são exceção não em regra. Um criança que nasça com câncer ou alguma doença que exija cuidados especiais, ela depende realmente de uma riqueza material. Mas a maioria das pessoas nascem e precisam apenas de conhecimentos simples. A própria palavra "doutor" significa aquele que ensina. Então a questão central é sem dúvidas a educação. Educar é ensinar o amor ao conhecimento. Isso não é um instinto como o amor a vida, que compartilhamos com os animais. Mas é um instinto de nossa natureza humana, o homem sempre buscará o conhecimento. Este instinto é mitigado através da doutrinação, ou seja, que o conhecimento da verdade já está pronto. É só você digerir. Como que o problema do mundo é a má distribuição de renda. Ou que os únicos conhecimentos relevantes são aqueles reproduzidos por experiências científicas. Educar um filho é um problema que a renda por si só não resolve. Só que quando a pessoa tem seu instinto de amor ao conhecimento mitigado, é muito mais difícil ele reencontrar seu instinto.

Se a pessoa tem amor a vida e ao conhecimento, o problema material só pode ser algo pontual e passageiro. É o que está escrito na Bíblia:

Não vos aflijais, nem digais: Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos?
São os pagãos que se preocupam com tudo isso. Ora, vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isso.
Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo. 
Mateus 6:31-33


Muitas pessoas que nos apontam a pobreza material como problema central do mundo, são as mesmas que tentam nos remover o amor a vida e nos doutrinar com conhecimento pronto. As pessoas que mais combatem a pobreza material, são aquelas que mais colaboram para perpetuação da pobreza real.

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