domingo, 17 de março de 2013

O ódio revolucionário e o amor de Deus.

Eu odiava Irã, afinal é uma nação terrorista que vive ameaçando o mundo. Podem procurar aí para baixo, quantas vezes citei o Irã com ódio. Me envergonho disso e peço perdão. Em um intercâmbio na Alemanha conheci iranianos e que foram certamente meus melhores amigos. Percebi que o que odeio mesmo é o governo autodenominado islâmico do Irã. Acho que foi o G.K. Chesterton que escreveu que se ao mesmo tempo um alemão e ele disparassem um tiro e ambos acertassem, ele entraria no céu abraçando e contando piadas para seu algoz, pois não nutria um pingo de ódio contra ele. Eu juro que não entendia isso até conhecer iranianos e perceber que eu não os odeio.

Voltando para primeira guerra, vejam esta foto de ingleses e alemães comemorando o Natal juntos. A primeira coisa que entendo é: Eles eram mais cristãos do que podemos imaginar. E certamente matar no dia de Natal era algo inimaginável. Até a década de 40 o pensamento cristão era quase hegemônico no mundo ocidental. E isso foi abandonado nos próximos anos. A segunda parte é, eles não se odiavam pois estavam lá na guerra para cumprir seus deveres civis.




De certa forma eles sabiam para quem estavam trabalhando, para seus governos e isso não envolvia nenhuma questão pessoal. Hoje em dia as pessoas não tem a menor idéia para quem trabalham, elas acreditam que são livres por não seguir a Igreja, eles são livres por externar seu ódio. Entendo que isso é um princípio revolucionário. Aliás, a coisa que eu tinha em comum com os iranianos era que nós não gostávamos de revolução. Eles tem um dos piores exemplos possíveis do que a revolução pode fazer. Eles sabem que o ódio revolucionário não é um caminho de libertação. É mais um caminho da escravidão.

Acabo concluindo isso: Quando, por exemplo, o pastor Silas Malafaia diz que é contra o casamento gay mas ama os mesmos, a maioria das pessoas hoje não consegue imaginar que o pastor está sendo sincero. Se eles estão de lados opostos devem obrigatoriamente se odiar e serem inimigos. Coisa que os soldados ingleses e alemães conseguiam separar muito bem é impossível para a mentalidade de nosso tempo.

E posso entender também que o ódio revolucionário é o que criou o terrorismo. Se era impensável matar alguém em um dia santo, hoje datas e locais pacíficos são as melhores oportunidades para matar. O ódio é pessoal, novamente pois ninguém sabe para quem está trabalhando, eles acreditam estar trabalhando por si mesmos. Mas é muito difícil explicar isso. Se eu disser que esses homens de fardas e fuzis na mão são melhores que a gente, será mais fácil enxergar nessa foto porcos capitalistas misturados a nazistas. Eles eram pessoas livres não por seguir o ódio dito libertador. Eles eram livres por amar Deus acima de todas as outras coisas.

Um comentário:

  1. Só para constar, a foto refere-se à Trégua de 1914, retratada no filme franco-alemão (que ainda não tive oportunidade de ver) Joyeux Nöel, e que inspirou as melhores seqüências do excelente Cavalo de Guerra de Spielberg.

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